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Costa em defesa de uma mudança de rumo mas com apelos à moderação

O primeiro-ministro leva ao debate do programa do Governo, na quarta e quinta-feira, no parlamento, apelos à moderação na vida política, mas apontará dificuldades presentes da economia portuguesa e proporá uma mudança de rumo.

Costa em defesa de uma mudança de rumo mas com apelos à moderação
Notícias ao Minuto

18:12 - 01/12/15 por Lusa

Política Governo

António Costa, que abre o debate do programa do XXI Governo Constitucional na quarta-feira à tarde e o encerrará na quinta-feira, enfrentará logo depois uma moção de rejeição conjunta do PSD e do CDS-PP - iniciativa que, no entanto, quer membros do executivo, quer dirigentes do PS, consideram estar "condenada ao chumbo".

Se as questões relativas a moções de confiança e de censura ao Governo minoritário socialista estão em aberto nos acordos políticos de legislatura celebrados entre o PS, Bloco de Esquerda, PCP e "os Verdes", o mesmo já não acontece com as moções de rejeição ao programa do executivo.

Os acordos celebrados pelo PS com a esquerda parlamentar estabelecem que estas forças políticas em maioria na Assembleia da República "derrotarão qualquer iniciativa que vise impedir a solução governativa alternativa" dos socialistas, assim como preveem a existência de "uma base institucional bastante para que o PS possa formar Governo, apresentar programa, entrar em funções e adotar uma política que assegure uma solução duradoura na perspetiva de legislatura".

Perante o esperado fogo cerrado de PSD e CDS-PP contra o novo Governo, fonte do executivo referiu à agência Lusa que a resposta de António Costa não seguirá a lógica de "olho por olho dente por dente".

"A ideia é contribuir para uma menor crispação da vida política portuguesa, promover o diálogo e a concertação entre agentes sociais e políticos, sem exclusões. No seu discurso de posse, António Costa foi claro quando prometeu uma ação política moderada", apontou.

Apesar do apelo de António Costa para que se "sarem e não se salguem as feridas", nem o Governo, nem o PS, querem permitir que se passe a ideia de que o país se encontra em franca recuperação económica.

Embora fugindo à lógica política do "passa culpas", Governo e PS partem precisamente dos mais recentes indicadores divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o terceiro trimestre deste ano para defenderem a tese de que a economia portuguesa, ao contrário da "narrativa de PSD e CDS", está "em estagnação", o que exige a aplicação de uma receita alternativa, através de políticas de estímulo ao consumo e ao investimento.

Em declarações à agência Lusa, a dirigente socialista Sónia Fertuzinhos disse que as prioridades do Grupo Parlamentar do PS, durante os dois dias de debate do programa do Governo, vão passar precisamente pela tentativa de "afirmar um programa e uma visão alternativa para o país".

"Depois de quatro anos de austeridade e de política de empobrecimento, com resultados desastrosos na economia e na sociedade, é preciso recuperar a dignidade e a confiança. Queremos afirmar uma alternativa num quadro de credibilidade e de sustentabilidade, através de um equilíbrio entre o cumprimento dos compromissos internacionais do Estado Português e aquilo de que o país não pode desistir", disse.

Este ponto de respeito pelos compromissos do Estado Português, nomeadamente no quadro da zona euro e da NATO, é outro ponto que será reiterado pelo primeiro-ministro nas suas intervenções.

Ainda sobre o debate do programa do Governo, Sónia Fertuzinhos afirmou que as grandes apostas para a atual legislatura vão passar pela recuperação dos rendimentos das pessoas, pela criação de melhores condições de investimento e pelo combate à pobreza e às desigualdades sociais".

"Estas prioridades são premissas da capacidade do país ser mais desenvolvido. Para tal, é preciso mobilizar a sociedade para a concretização do programa do Governo. Precisamos do esforço e da colaboração de todos e de todas as gerações para a recuperação do país", acrescentou.

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