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"Há que evitar uma escalada de tensão com a Rússia"

Os voos russos, que passaram também por Portugal, alarmaram a Europa. A ideia, é de que a aviação do país liderado por Vladimir Putin poderá estar a testar os procedimentos europeus. No entanto, durante esta semana foi assinado entre Kiev, Moscovo e Comissão Europeia, um acordo relativamente ao fornecimento de gás. António Vitorino e Santana Lopes comentam esta questão e o antigo Comissário Europeu diz que é preciso ?evitar uma escalada de tensão? com os russos.

"Há que evitar uma escalada de tensão com a Rússia"
Notícias ao Minuto

20:35 - 31/10/14 por Notícias Ao Minuto

Política António Vitorino

António Vitorino e Santana Lopes comentaram esta sexta-feira a entrada de aviões russos em espaço aéreo europeu, mas também português. Para o antigo Comissário Europeu, numa altura em que a Ucrânia ainda é um problema central, é, sobretudo, preciso evitar uma escalada de tensão com o país de Vladimir Putin.

“A estratégia de Putin é voltar a afirmar a Rússia como uma potência com ambições globais. Estes voos de patrulhamento do Atlântico tinham sido interrompidos e foram retomados em 2007. (…) O que pode não ter outro significado senão a demonstração de que têm que contar com a Rússia. Qualquer que seja a forma de concertação de interesses, a Rússia afirma-se como uma potência global”, refere António Vitorino.

Para o antigo Comissário, no entanto, o acordo de Kiev, sobre o fornecimento de gás à Europa, no Inverno, traz fortes contrapartidas financeiras para os russos, algo a que não devem ter sido alheios os esforços desenvolvidos.

Para Pedro Santana Lopes, antigo primeiro-ministro, a questão Ucrânia continua a ser central. “Estes voos são contraditórios com o acordo do gás. Será que Putin quis mostrar que não é por assegurar o gás à Ucrânia no próximo Inverno que deixa de estar aborrecido com o que tem acontecido, como as eleições com resultados pró-Europa e o novo Governo em Kiev. Costuma falar-se em mixed feelings aqui são mixed signals. Celebram o acordo e ao mesmo tempo vão passear de avião”, atira o Provedor da Santa Casa da Misericórdia, acrescentando que “não se descortina um fio condutor”.

Vitorino refere a este propósito que estes voos podem ser explicados por uma necessidade de Putin se afirmar no espaço europeu, isto depois de ter cedido no acordo energético. Com esta manobras da aviação russa, o presidente mostra o seu poderia e afirma-se perante o povo que representa.

Estes voos acontecem “para criar espaço para fazer aceitar pela opinião pública interna russa um acordo que aparentemente vai contra a tensão nacionalista anti-ucraniana que Putin alimentou, esta bela demonstração de força e esta reação ocidental tão assustada, alarmada, tão visível e vocal, até serve os intuitos da propaganda interna do próprio Putin”, remata.

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