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"É uma visão tão infantil achar que é fácil governar"

António Costa esteve em conversa com a jornalista Fátima Campos Ferreira da RTP e falou sobre o seu percurso no Partido Socialista (PS) e a sua candidatura a líder dos ?rosas?. "É uma visão tão infantil achar que é fácil governar", este foi um dos desabafos de Costa.

"É uma visão tão infantil achar que é fácil governar"
Notícias ao Minuto

21:12 - 28/08/14 por Notícias Ao Minuto

Política António Costa

"A democracia é o regime do compromisso" foi assim que o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa começou a sua conversa com a jornalista Fátima Campos Ferreira da RTP, no Jardim Botânico.

O candidato a líder do Partido Socialista (PS) falou sobre os problemas da política portuguesa e garantiu que "é necessário estabilizar um conjunto de políticas a médio-prazo para obter resultados como o reforço da pensão social, a aposta na cultura e educação”. Além disso, o autarca reforçou a necessidade de “existir uma base de compromissos políticos. O problema está em saber qual é a agenda em que se estabelecem os compromissos".

Questionado sobre as políticas europeias, António Costa afirmou que "o atual Governo tem o entendimento de que não é necessário mudar a política europeia, mas está errado e prejudica os interesses dos portugueses".

Ainda sobre o Governo português, Costa explicou que "a confiança [dos cidadãos] assenta na apresentação de resultados. E há uma enorme quebra de confiança das pessoas devido aos resultados alcançados. Nós vivemos condicionados pelo curto-prazo e este é um problema das democracias, que só se combate fazendo um discurso responsável, em vez de termos resultados a curto-prazo, temos que nos concentrar nas opções de fundo", disse o político que acrescentou, ainda, que os portugueses não confiam "porque os políticos não confiam nos cidadãos e escondem os problemas e não os explicam. Tratam as pessoas como se fossem infantis. As pessoas percebem que não há vida sem problemas".

"Tudo começa e acaba na pessoa humana. Tudo está em saber em como as pessoas vivem", é desta forma que Costa caracteriza os seus ideias.

A jornalista Fátima Campos Ferreira questionou o autarca sobre as suas chamadas 'irritações', que muitos colegas já falaram no passado e o presidente da câmara explicou que "as pessoas não devem esconder as emoções. Eu não quero ter uma úlcera", brincou.

Relativamente à sua candidatura a líder dos ‘rosas’, numa altura em que António José Seguro era secretário-geral eleito, Costa indica que tomou esta decisão por sentir que "havia um problema de afirmação no PS". "Sinto que é um dever que tenho. A democracia tem esta coisa extraordinária", afirmou.

Costa mostrou-se indignado com algumas opiniões quando revelou que se iria candidatar a líder do Partido Socialista. "Já me perguntaram: ‘Agora que isto está fácil agora é que se apresenta?’. Mas está fácil o quê? É uma visão tão infantil da vida política e da realidade, achar que é fácil governar. É uma enorme responsabilidade e quando me apresento tenho consciência da responsabilidade que isto significa", remata.

Confiante na possibilidade de uma vitória, o autarca acha que vai ser eleito porque "as pessoas procuram pessoas que tenham dado provas. E hoje preferem apostar em quem já conhecem, e em quem já fez bem e já errou e que está há muitos anos na vida política".

No que diz respeito a uma possível corrida a primeiro-ministro, mostrou-se tranquilo caso não seja possível e garante que o importante na sua vida é dedicar-se à "revolução de problemas".

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