De que forma ajuda Portugal a combater o Estado Islâmico?
Cabe às forças portuguesas formar as tropas iranianas que combatem os snipers do Daesh.
© PixaBay
País Exército
A participação portuguesa no combate ao Estado Islâmico não se compara àquilo que fazem os Estados Unidos, França ou a Rússia, é certo. No entanto, cabe às nossas tropas de combate todo o processo de formação das tropas iraquianas para que estas estejam prontas a combater o Daesh.
Portugal fá-lo desde maio e 30 militares do Exército nacional foram enviados para o campo de treino de Besmayah, em Bagdade. O Expresso falou com o major de infantaria Paulo Lourenço, que comandou o primeiro destacamento de seis meses.
“Às duas da manhã estão 40 graus e às duas da tarde estão 56”, conta, acrescentando que naquela base, “temos 0% de humidade e um índice de ultravioleta de 11%, quando o máximo recomendado é de 9%. Por isso andávamos sempre de mangas para baixo, luvas, golas puxadas para cima e colocávamos protetor solar”, descreve.
O encontro entre portugueses e iraquianos, conta o major, começou com receios, que rapidamente foram suprimidos. “As pessoas vinham para o treino, até os tradutores, numa fase inicial, manifestaram algum receio – 'o que é que estes vêm cá fazer' – mas essa barreira, connosco, foi logo diluída”, diz.
Sendo o principal problema a comunicação, Paulo Lourenço sublinha a importância da restante equipa. “Criou-se um bom espírito com os tradutores, que são a nossa arma principal neste tipo de combate, já que toda a formação era feita em inglês. Posso saber muito, mas se não tiver um bom tradutor para passar a informação, nada feito. E os que estiveram a trabalhar connosco – um médico e um advogado – eram bastante bons”.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com