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Anafre recorre ao Provedor contra parecer sobre 35 horas

A Associação Nacional de Freguesias (Anafre) solicitou ao Provedor de Justiça que promova a fiscalização sucessiva da constitucionalidade da obrigação do Governo participar na negociação dos Acordos Coletivos de Entidade Empregadora Pública (ACEEP), foi hoje anunciado.

Anafre recorre ao Provedor contra parecer sobre 35 horas
Notícias ao Minuto

22:17 - 24/10/14 por Lusa

País Justiça

"Se já eramos contra a homologação dos ACEEP ter de ser feita por um membro do Governo, por interferir com a autonomia do poder local, ainda discordamos mais de essa intervenção existir numa fase inicial de negociação do acordo", explicou à agência Lusa o presidente do conselho diretivo da Anafre, Pedro Cegonho (PS).

A associação pretende que o Provedor de Justiça solicite ao Tribunal Constitucional a fiscalização de um parecer do conselho consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR), sobre a aplicação das 35 horas semanais nas autarquias.

O Ministério das Finanças anunciou, no final de setembro, que homologou o parecer da PGR que reconhece legitimidade aos membros do Governo das áreas das Finanças e da Administração Pública para a celebração de ACEEP "em conjunto com as autarquias locais, devendo a sua atuação ser conjunta e articulada durante todas as fases da negociação".

O parecer referiu que a intervenção não se pode traduzir "na emissão de ordens ou diretivas às autarquias", mas o Governo assumiu levar em conta, na negociação, "objetivos globais e individuais de equilíbrio financeiro das autarquias" e medidas que evitem o agravamento da massa salarial (incluindo horas extraordinárias).

A Anafre defendeu hoje, em comunicado, a fiscalização constitucional da interpretação que o parecer da PGR faz do artigo 347.º do Regime do Contrato de Trabalho em Funções Públicas e do artigo 364.º da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas.

A associação reiterou a sua posição de 28 de março, "sublinhando a autonomia local no que diz respeito à negociação e celebração de acordos coletivos de trabalho e rejeitando liminarmente qualquer ingerência do Governo".

Pedro Cegonho salientou que o parecer da PGR, quando reconhece que o Governo não pode dar orientações às autarquias, na fase de negociação, assume que não pode ser questionada a autonomia do poder local consagrada na Constituição Portuguesa.

Para o presidente da Anafre "não faz qualquer sentido" que se pretenda pôr em causa a legitimidade conferida às autarquias para negociarem com os sindicatos, nomeadamente na manutenção das 35 horas semanais, em vez das 40 previstas na lei aprovada pelo Governo.

A direção da Anafre vai ainda solicitar a um constitucionalista de reconhecido mérito um parecer sobre esta matéria, anunciou o comunicado da associação.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), foram assinados mais de 400 acordos, que aguardam homologação do Governo.

O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa (PS), também anunciou, a 16 de outubro, que ia pedir ao Provedor de Justiça para promover a declaração de inconstitucionalidade do parecer da PGR sobre a aplicação das 35 horas de trabalho semanais.

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