Câmara do Porto cede prédio a associação ADAPTABLE
A Assembleia Municipal do Porto aprovou, sem votos contra, mas com dúvidas do PS, CDU e BE, a cedência de um prédio à ADAPTABLE - Associação para a Integração e Valorização das Pessoas com Pessoas com Necessidades Especiais.
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País Necessidades especiais
Numa sessão dominada pela resignação surpresa do presidente da Assembleia, Daniel Bessa, que invocou "motivos pessoais" para a sua decisão, foi a deputada Amarante Abramovici, do BE, quem primeiro abordou aquela proposta, questionando "a generosidade" da Câmara com a associação.
O PS e a CDU notaram que a proposta diz que será dada "especial atenção" a pessoas com menores rendimentos e que um documento anexo refere que o público alvo é a "classe alta e média alta".
A deputada Sara Santos, da CDU, observou também que a ADAPTABLE é uma associação "sem fins lucrativos", mas que ambiciona lançar "um modelo de negócio em parceria com um grupo solidamente instalado e reconhecido no setor do pronto a vestir".
"Trata-se de uma associação ou de uma empresa?", perguntou Sara Santos.
A ADAPTABLE aposta na "adaptação de produtos e serviços disponíveis para o mercado em geral", tornando-os inclusivos.
Um dos produtos apontados é o vestuário, na ótica da sua adaptação às pessoas com necessidades especiais.
O socialista Gustavo Pimenta disse querer, por isso, "obter alguns esclarecimentos" e realçou que o projeto daquela associação era para ser instalado num espaço situado na Rua da Restauração, mas, "afinal", vai para as antigas instalações da empresa Estradas de Portugal, noutro ponto da cidade.
Gustavo Pimenta quis saber também "quem são os associados" e qual é o pacto social dessa associação.
O deputado do PSD Francisco Carrapatoso exprimiu a "simpatia" do seu partido com o projeto daquela associação, mas referiu também que o prédio que vai ser cedido é "muito grande" e que por isso podia acolher mais do que uma entidade.
Os deputados municipais aprovaram a cedência daquele prédio só na segunda-feira, mas a ADAPTABLE já antes dava a respetiva morada como sua.
O presidente da Câmara, Rui Moreira, explicou que a associação fez isso devido a "uma legítima expetativa" e esclareceu que "o que está lá é um matagal".
A associação compromete-se realizar obras de cerca 120 mil euros no prédio, pagando 100 euros por mês à Câmara Municipal.
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