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FBI quer "debate robusto" sobre a encriptação de comunicações

O diretor da polícia federal dos EUA (FBI, na sigla em Inglês) apelou hoje a um "debate robusto" sobre o uso de comunicações encriptadas, afirmando que os norte-americanos podem desconhecer como os grupos criminosos usam a tecnologia.

FBI quer "debate robusto" sobre a encriptação de comunicações
Notícias ao Minuto

23:59 - 06/07/15 por Lusa

Mundo Estados Unidos

Os comentários de James Comey numa mensagem colocada em blogue visaram obter mais apoio público para as suas posições, que já exprimiu em 2014, de criticar uma encriptação mais forte dos aparelhos móveis, uma vez que pode prejudicar a atividade dos serviços de informações e agências de aplicação da lei.

Apesar de os seus comentários terem suscitado críticas da comunidade do setor tecnológico e das associações de defesa de liberdades civis, Comey afirmou que os norte-americanos podem não saber como os militantes do grupo que se designa por Estado Islâmico (EI) usam a encriptação para evitar a deteção.

"Quando a capacidade do governo (...) de ver as coisas de um indivíduo desaparece, isso vai afetar a segurança pública", escreveu no blogue Lawfare.

"Esta tensão é ilustrada de forma intensa pela atual ameaça do ISIS, que envolve os recrutamentos feitos pelos seus operacionais na Síria e as encomendas a dezenas de norte-americanos perturbados de mortes, um processo que está a ser feito de forma crescente através de aplicações de mensagens móveis, que são encriptadas e não podem ser intercetadas, mesmo que existam ordens judiciais", acrescentou, usando outra designação para o EI.

James Comey escreveu ainda que a obtenção de provas pode ser afetada, porque "não há qualquer dúvida que pessoas más podem comunicar com impunidade num mundo de universal e forte encriptação".

O chefe do FBI e outros dirigentes norte-americanos começaram a exprimir preocupação em 2014, depois de a Google e a Apple terem anunciado planos para proteger as comunicações, de tal modo que os agentes da lei não poderiam ter acesso à informação nos aparelhos, mesmo com mandado judicial.

Estes movimentos das empresas surgiram depois dos protestos causados pelas revelações do ex-subcontratado dos serviços de informações Edward Snowden, que expôs a existência de extensos programas de vigilância eletrónica dos EUA e seus aliados.

No seu texto no blogue, Comey afirmou que "a lógica da encriptação vai conduzir a um mundo, num futuro não muito distante, onde os aparelhos e a informação estão protegidos por uma forte encriptação universal (...) de tal modo que o acesso apenas vai ser possível aos participantes numa conversação ou ao proprietário do aparelho com a informação".

Reconheceu que "há muitos benefícios" da encriptação, dizendo que pode proteger "a inovação, os pensamentos privados, e muitas outras coisas de valor, dos ladrões de todo o tipo".

Mas acrescentou que o público deveria considerar os benefícios de permitir o acesso do governo a essas informações, sob certas condições.

"As democracias resolvem estas tensões através de um debate robusto", salientou.

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