Berlim apela ao combate a redes criminosas de tráfico de imigrantes
Ministros alemães, entre eles o vice-chanceler Sigmar Gabriel, apelaram hoje ao combate a nível europeu contra as "criminosas" redes de tráfico de imigrantes, na sequência do naufrágio de uma embarcação com 700 pessoas no Mediterrâneo.
© Reuters
Mundo Europa
"As polícias da Europa e as autoridades encarregadas de vigiar as fronteiras devem mobilizar todas as suas forças para lutar contra estes bandos de criminosos que fazem negócio com a miséria humana", apelou Sigmar Gabriel.
O último balanço oficial, divulgado ao fim da tarde, dá conta de 24 mortos e de 28 sobreviventes do naufrágio ocorrido durante a noite de sábado, a 60 milhas da costa da Líbia.
Frank-Walter Steinmeier, ministro dos Negócios Estrangeiros, defendeu um "maior apoio à Líbia", de onde saem muitos refugiados em direção à Europa.
Os ministros alemães condenaram as atividades das "redes de criminosos que ganham muito dinheiro a sobrecarregar frágeis barcos com imigrantes e os abandonam à sua sorte no Mediterrâneo".
A União Europeia anunciou hoje que vai organizar uma reunião de urgência com os ministros do Interior e dos Negócios Estrangeiros para debater esta situação.
Também o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, pediu hoje uma cimeira europeia urgente, defendendo que se realize até ao final da semana.
"Não estamos a falar de coisas banais, mas de vidas humanas", disse Renzi, numa conferência de imprensa, considerando que o tráfico de pessoas é "um flagelo" para a Europa.
Por seu turno, o presidente francês François Hollande, que tinha sugerido uma reunião de urgência ao nível da União Europeia, afirmou que esta pode vir a ser uma das "maiores catástrofes" dos últimos anos no Mediterrâneo, caso se venha a confirmar o balanço provisório de vítimas, de quase 700.
Após ter contactado com o primeiro-ministro italiano, o presidente francês disse à estação de televisão Canal+ que é necessário reforçar o número de navios de salvamento e dos meios aéreos no Mediterrâneo.
"Os traficantes que metem as pessoas nos barcos são traficantes. São terroristas porque eles sabem perfeitamente que estas embarcações não têm condições e que podem naufragar pondo centenas de pessoas em perigo", disse ainda Hollande.
Os 28 sobreviventes foram resgatados por um navio de bandeira portuguesa, segundo Carlotta Sami, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados (ACNUR).
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