Lobos também são sensíveis ao contágio dos bocejos
Um grupo de investigadores da universidade de Tóquio constatou que os lobos também são sensíveis ao contágio dos bocejos, o que poderá estar relacionado com a sua capacidade de empatia.
© Reuters
Mundo Estudo
Esta é a principal conclusão de um estudo que foi publicado na revista Plos One e em que participou a espanhola Teresa Romero, que é investigadora naquela universidade japonesa.
Para realizar este trabalho, os investigadores seguiram 12 lobos - seis machos e seis fêmeas - do jardim zoológico Tama, em Tóquio, durante cinco meses.
Na sua observação, os investigadores analisaram os lobos que bocejaram em primeiro lugar e a reação dos que se encontravam num raio de dois metros.
O objetivo era comprovar se os lobos que estavam próximos bocejavam ou não nos três minutos seguintes, detalhou à agência Efe Teresa Romero, em resposta por escrito.
Perante as observações, concluiu-se que "nos lobos, tal como nos humanos e cães, os vínculos sociais aumentam a sensibilidade de contágio de bocejos", adiantou a investigadora espanhola.
Outra das conclusões deste estudo é que as fêmeas reagem muito mais rápido que os machos ao bocejo, embora a frequência total seja igual para ambos, acrescentou.
Isto sugere que as fêmeas são mais sensíveis aos estímulos em seu redor (nos humanos não foi detetado nenhuma diferença entre homens e mulheres em resposta aos bocejos).
Os autores do artigo sublinham que, apesar da pequena amostra de lobos observados, os resultados proporcionam uma "primeira evidência" de que o contágio do bocejo pode estar relacionado com a capacidade dos lobos para a empatia e sugere que os mecanismos de esta poderá ser aplicada em mais espécies do que aquelas que se pensava até agora.
Romero explicou que a empatia é um conceito muito amplo que abarca desde formas básicas, como o contágio emocional, a formas mais complexas apenas descritas em humanos.
As formas menos complexas foram detetadas em distintas espécies de animais, desde chimpanzés a ratos.
Por exemplo, recentemente foi documentado a sensibilidade dos cães ao bocejo quando estão expostos a um bocejo de um humano, mas não é clara se esta capacidade tem raízes na evolução destes animais ou se está relacionada com a sua domesticação.
"Nos lobos, assim como em primatas e cães, o bocejo é contagiante, especialmente naqueles que mantêm estreitos vínculos sociais. Os resultados sugerem que o contágio dos bocejos é uma característica ancestral compartilhada por outros animais e tais habilidades revelam uma conexão emocional entre os indivíduos", concluiu Romero.
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