"Governo prejudica investimento ao provocar tanta incerteza"
O antigo ministro Campos e Cunha critica a reversão de medidas relativas ao investimento e redução do IVA na restauração porque causam “instabilidade” no país.
© Global Imagens
Economia Campos e Cunha
Há medidas constantes do Orçamento do Estado (OE) para 2016 que são "desejáveis e até imperativas", no entender de Campos e Cunha.
Contudo, o economista diz-se certo de que à reversão de medidas que não eram constitucionais se juntam outras, que poderiam ser “deixadas para mais tarde”. Disso são exemplo a redução do IVA na restauração e a restituição dos feriados, destacou em entrevista esta noite na RTP3.
É por isso que o antigo ministro das Finanças diz acreditar que “temos um orçamento cuja execução orçamental vai ser dura e difícil”.
Na sua opinião, o Governo não está a estimular a economia e o investimento ao apostar na reversão de muitas medidas tomadas anteriormente.
Isto porque, esclareceu, “para recuperar o investimento é preciso estabilidade nas leis”, mais do que “medidas de estímulo”. “Uma reversão em si não é má, mas tem de ser previsível. Por isso, era bom que o Governo dissesse quais são os capítulos que estão encerrados e aqueles que vai abrir. O futuro é incerto, mas Governo não pode provocar mais incerteza”, explicou.
Mais crítico é em relação à redução do IVA na restauração, que a seu ver não é desejável vários anos após a subida. “Se isso não significasse aumentar tanto o preço dos combustíveis seria uma boa medida”, sustentou Campos e Cunha, sublinhando porém que face à realidade atual, “estamos a pagar as consequências de uma promessa política que não foi bem pensada”.
Certo de que a medida se traduzirá apenas no “aumento das margens de comercialização”, o antigo governante entende que “o consumidor pouco vai ganhar e o Estado vai perder umas centenas de milhões, que poderiam permitir, por exemplo, que a subida do imposto sobre os combustíveis fosse menos gravosa”.
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