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TAP: De privatizar a reverter… para acabar em "casamento"

Futuro da transportadora aérea nacional tem marcado a atualidade política e económica do país.

TAP: De privatizar a reverter… para acabar em "casamento"
Notícias ao Minuto

09:22 - 07/02/16 por Pedro Filipe Pina

Economia Acordo

Duas semanas após as eleições legislativas, o Executivo liderado por Passos Coelho anunciou a privatização da TAP, argumentando que a situação era urgente e que a situação financeira da empresa estava a ficar insustentável.

Após anos de discussões em torno dos resultados da TAP e da sua gestão, 61% da transportadora aérea passava para as mãos do consórcio composto por David Neeleman e Humberto Pedrosa. No imediato, entravam 150 milhões de euros na empresa, havendo também planos para renovação da frota.

Para os cerca de três mil funcionários da empresa, alguns com décadas de ‘casa’, como recordava ontem o próprio empresário David Neeleman, havia dúvidas por esclarecer. Mas quando a nova administração se apresentou perante os trabalhadores havia novas dúvidas a caminho.

Com o Governo formado por Passos Coelho a ser rejeitado após as eleições, num parlamento que mostrou partidos de Esquerda unidos, era a vez de António Costa formar Governo. Na ‘bagagem’ vinha a vontade de reverter um negócio que consideravam ruinoso para o país.

Da parte dos novos donos da TAP o primeiro momento foi de desconfiança. Este era um caso que poderia chegar até aos tribunais, caso o Executivo de António Costa avançasse unilateralmente com a reversão.

No último sábado de manhã, no momento em que era apresentado publicamente o anúncio de acordo entre a Gateway e o Governo, não passou ao lado a expressão usada por Humberto Pedrosa para falar do resultado final de cerca de mês e meio de negociações.

O que inicialmente disse, que o nosso projeto e o do Governo não casavam, a boa vontade de ambas as partes e o diálogo permitiram que terminasse em casamento”, afirmou o empresário português, confirmando de seguida que o Governo passaria a deter 50% da empresa e poder para escolher metade dos nomes do conselho de administração. O Governo ficava ainda com direito a voto de qualidade para decisões estratégias. A gestão, essa, continuaria privada.

Foi o Expresso que avançou primeiro, na última sexta-feira, com a hipótese de o acordo ficar fechado, com o Governo a pagar 1,9 milhões de euros para ir buscar a percentagem que lhe faltava para chegar aos tais 50%.

O que é que aconteceu? “Foi baralhar e dar de novo”, respondia ontem Humberto Pedrosa aos jornalistas. Já o ministro do Planeamento, Pedro Marques, falou sobre ser “manifestamente exagerada a ideia de reversão”.

O memorando de entendimento assinado, expressão que os portugueses ficaram a conhecer bastante bem com a chegada da troika a Portugal, valeu críticas ao Governo, tanto à Esquerda como à Direita. Da parte do PCP, Jerónimo de Sousa teme que a solução encontrada sirva para “salvar a privatização”. Já do PSD, Passos Coelho estranhou por que razão o Executivo quereria 50% da empresa. Já a Associação Peço a palavra, que tanto se opôs à privatização, já adiantou vai estar atenta mas mostrou confiança: interesse público estava assegurado.

E foi assim que, em poucos meses, um negócio de privatização passou a tentativa de reversão, para acabar em novo acordo. Que termo podemos aplicar a este desfecho. Talvez sociedade seja a palavra a ter em conta, pelo menos no que se retira das declarações de António Costa ontem. “É com muita satisfação que iremos ser sócios não só por mais dois anos, mas seguramente para sempre”, afirmou.

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