Neeleman, o homem do dinheiro tem mais poder do que parece
O dono da Azul aceitou ser minoritário no consórcio para que as regras europeias fossem cumpridas mas não perdeu o poder, nem o entregou a Humberto Pedrosa.
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Economia TAP
As dúvidas sobre os estatutos do consórcio Gateway, constituído por David Neeleman e Humberto Pedrosa, foram clarificadas com o documento que confirma que o dono da Azul tem menos ações mas um investimento muito mais avultado.
De acordo com o jornal Público, o acordo registado na conservatória no dia 19 de junho divide os acionistas em dois tipos: titulares de ações ordinárias e titulares de ações de categoria A. Depois de uma alteração ao contrato é possível perceber que as primeiras são controladas pelo português e as segundas por Neeleman.
Os titulares da categoria A, ou seja David Neeleman, “ficam obrigados à realização de prestações acessórias [injeção de capital], em dinheiro, até ao montante de 214,5 milhões de euros”, enquanto os titulares representados por Humberto Pedrosa apenas terão de disponibilizar até 12 milhões de euros.
Caso a estrutura de capital representasse uma correspondência direta à injeção feita por cada sócio, o português ficaria apenas com 5%, bastante distantes dos 95% adquiridos pelo sócio brasileiro. Apesar de os 51% de ações revelarem que Pedrosa é o sócio maioritário, a tipologia das ações detidas pelos empresários deixa bem claras as regalias.
Em caso de lucros, “os direitos especiais das ações da categoria A” conferem a David Neeleman “74,47% dos lucros que sejam distribuídos”, bem como “74,74% de todos os bens distribuídos em caso de liquidação”, um número bastante superior comparativamente aos 49% que detém do consórcio Gateway.
Mais ainda, a distribuição de dividendos ou a concessão e reembolso de prestações acessórias só podem ser aprovadas por “60% dos votos representativos do capital social com direito a voto”, o que tira o poder maioritário a Humberto Pedrosa que não pode, desta forma, decidir sozinho.
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