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Ator Gregório Duvivier com monólogo em outubro em Portugal

O ator e escritor Gregório Duvivier, um dos nomes do atual humor do Brasil, estará em outubro em Portugal para uma digressão com o monólogo "Uma noite na lua" e para o lançamento de um livro de crónicas.

Ator Gregório Duvivier com monólogo em outubro em Portugal
Notícias ao Minuto

09:32 - 30/08/15 por Lusa

Cultura Humor

'Uma noite na lua' é uma peça do autor brasileiro João Falcão, estreada nos anos 1990, e que Gregório Duvivier recuperou em 2012, tendo feito apresentações sucessivas no Brasil. Agora, levará o monólogo a 12 cidades portuguesas entre 16 e 31 de outubro.

Para Gregório Duvivier, que os portugueses conhecem sobretudo através do coletivo de humor Porta dos Fundos, este monólogo "é um texto que emociona e faz rir ao mesmo tempo e é muito difícil quando as coisas conseguem estar nesse meio lugar, do drama e da comédia (...), porque são tidos como incompatíveis", como contou à Lusa.

Em 'Uma noite na lua', Gregório Duvivier interpreta o papel de um autor angustiado com a criação de uma peça, com a qual pretende reconquistar uma mulher, Berenice.

"É a angústia da criação e da solidão. Fala disso, de amor e de falta de amor. Todo o mundo se identifica. Todo o mundo já amou e se sentiu sozinho, foi obrigado a criar alguma coisa, a ter uma ideia", explicou.

Gregório Duvivier, nascido em 1986 numa família ligada às artes e à música, começou a estudar teatro na infância, incentivado pelos pais, porque era "muito tímido e bastante antissocial e o teatro é socializante".

"Entrei na aula aos nove e nunca mais saí (...) No momento em que eu vi o barato que era fazer rir, é viciante. Foi por isso que eu fiquei, é um processo muito prazeroso, o riso, de causar riso, e nunca mais saí e passei a perseguir isso a minha vida toda", afirmou.

Esta a aprender a tocar trombone, faz cinema e televisão, escreve para os dois meios - em janeiro começa a rodar um filme com o Porta dos Fundos - e em 2013 foi reconhecido como melhor ator pela Associação de Produtores de Teatro do Rio de Janeiro, precisamente com a peça que estreará em Portugal.

No Brasil já publicou os livros de poesia "A partir de amanhã eu juro que a vida vai ser agora" e "Ligue os pontos - poemas de amor e big bang" e ainda um de crónicas, "Put some farofa".

Em outubro editará em Portugal um novo livro de crónicas, com o título provisório "Desculpa lá qualquer coisinha", que reúne textos que tem vindo a publicar no jornal Folha de São Paulo.

No formato da crónica, Gregório Duvivier tem oportunidade de verter para texto aquilo que vê à sua volta. "Mais do que estar atento para dentro de si e estar atento para fora. As crónicas estão nos lugares".

"Neste livro [a editar em outubro] você vai ver muito do Brasil explicado pela minha óptica, que não é de um especialista em nada. É de um sujeito que não entende nada. Como diz o Tom Zé, "quem não está confuso é porque está mal informado".

Esse Brasil que chega pelas crónicas, vive, no entender de Gregório Duvivier, "um momento de muito ódio", por causa da crise de credibilidade pela governação de Dilma Rousseff e pela atuação do Partido dos Trabalhadores (de centro-esquerda).

"Ela para não cair está fazendo qualquer acordo. Está sendo chantageada para não cair e está aceitando acordo terríveis com os piores setores, os mais reaccionários, os lobistas. As pessoas queriam que ela continuasse as conquistas sociais do PT e ela governou para a direita e não ganhou a direita, porque odeia ela e nao vai mudar de ideia e perdeu a esquerda, porque a esquerda se sentiu traída. Fez a proeza de desagradar a gregos e a troianos", afirmou o autor, desiludido.

Para Gregório Duvivier, talvez fosse melhor que "Dilma Rousseff renunciasse e o PT voltasse a ser oposição, do que se vender como se está vendendo".

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